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A Morte e a Donzela

Franz Schubert foi um compositor austríaco que viveu de 1797 a 1828. Morreu, provavelmente, de febre tifóide. Consequência da contração de sífilis. Este quarteto que apresento aqui foi composto entre 1825 e 1826, bem no período quando o compositor descobriu de seu estado de saúde.

Bastante aclamado como melodista e compositor de obras curtas, Schubert é comumente deixado de lado quando da citação de grandes mestres da música ocidental. De fato, com mais de 600 Lieder compostos, obras para piano solo e quartetos e quintetos de cordas, um pouco de sua reputação fica justificada. Ainda mais pelo fato de não ter composto nenhum concerto para instrumento. No entanto, Schubert compôs oito sinfonias e também algumas obras litúrgicas. Além das oito sinfonias, outras duas não concretizadas também foram encontradas post-mortem. Sendo que a nona foi encontrada não totalmente orquestrada e, a décima, acharam apenas rascunhos.

O quarteto ‘A Morte e a Donzela’ é dividido em 4 movimentos ( , , , ) e se baseia na canção “Der Tod und der Mädchen” (A Morte e a Donzela) D. 531. A canção fala de uma moça que, em seu leito de morte, agonizando, conversa com a morte e pede que não a leve. A morte, por sua vez, lhe fala que não vem para causar sofrimento, mas para confortar e levar ao sono os que sofrem. O texto é de Matthias Claudius, poeta alemão.

Der Tod und das Mädchen (A Morte e a Donzela) D.531.

Matthias Claudius (1740-1815)

A Donzela:

Vorüber! Ach, vorüber!
Geh, wilder Knochenmann!
Ich bin noch jung, geh, Lieber!
Und rühre mich nicht an.

A Morte:
Gib deine Hand, du schön und zart Gebild,
Bin Freund und komme nicht zu strafen.
Sei gutes Muts! Ich bin nicht wild,
Sollst sanft in meinen Armen schlafen.

A Donzela:
Passe por mim, ó, passe por mim!
Visão de caveira e osso!
Ainda sou jovem, negue-me,
Vá e me deixe em paz.

A morte:
Dê-me tua mão, tua forma tão bela e amena!
Um amigo eu sou, não venho para te machucar.
Esteja animada! Não sou selvagem.
Meus braços em leve sono te terão

Gerald Moore, pianista, e Christa Ludwig, contralto, executam a canção:

No quarteto de cordas, o tema tocado pelo piano aparece de maneira literal no segundo movimento. Os dois primeiros movimentos são o ponto alto da obra. O primeiro movimento sendo uma forma-sonata e o segundo movimento sendo um tema com variações (5, no total), com reexposição ao final. Abaixo, em 6 partes, um vídeo da obra.

24/11/2009 at 10:33 pm Deixe um comentário


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